Eram 16h e 27m quando dei um saltinho ao 2º piso e tirei da minha mala um PingAmor e a máquina fotográfica.
Coloquei o Coração Felizardo num certo carro: primeiro tentei na porta, mas caiu; depois entalei nas escovas do para-brisas, mas também não gostei muito e, por fim, entalei-o no tejadilho ficando com uma ponta caída sobre a porta. Ficou engraçado ali, mas não sei se não cobiçará outro alguém que não o destinatário :-)
Depois de ter voltado ao meu posto de trabalho, fiquei a pensar como vou fazer mais logo quando saírmos, pois este carro pertence ao meu colega J. C. e está estacionado não muito longe do meu, mas um pouquinho mais à frente. Acho que vou ter de entrar rapidamente no meu carro e arrancar para não dar azo a ser descoberta, se bem que não seja muito dificil e ainda por cima hoje venho com um PingAmor preso ao peito :-D Ah! Ah! Ah!
Só à noite vou publicar este post e, nessa altura, já poderei contar como tudo aconteceu.
Até logo
Oh Isabel gostei muito da foto de fundo :0)
ResponderEliminarEntão e o Pingo ainda lá estava quando saíram do trabalho?
Vou "levar" a frase.
Beijocas
<3
Sim Alexandra, o pingo ainda lá estava. Eu, que costumo ficar para trás para fechar a porta, saí à frente e já estava a entrar no carro para me pôr em fuga, quando me lembrei que não tinha desejado feliz Natal. Voltei atrás, dei um beijinho ao colega J. C. e à colega M. J. e entrei logo dentro do carro. Nesse dia esteve imenso nevoeiro, "não se via um palmo à frente do nariz" como se diz na gíria e eu tentei espreitar pelo retrovisor. Vi ele retirá-lo mas depois qdo olhei de novo ele já estava a vestir o casaco; das duas uma: ou atirou-o para dentro do carro e viu em casa do que se tratava, ou ficou desconfiado e deitou-o fora. Palpita-me que seja a 1ª hipotese :-)
EliminarAcredito que tenha visto em casa ou até mesmo dentro do carro :0)
EliminarBeijinhos
<3
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EliminarHoje ganhei coragem e perguntei ao meu colega:
Eliminar"Por acaso não encontrou um coraçãozinho no seu carro, na semana do Natal?". Ele olhou para mim admiradissimo e um pouco constrangido:
"Foi você, Isabel?"
"Sim fui, faz parte de um projeto"
"Achei estranho ver um coração num plástico com um papel a dizer 'leia-me'... "
Corrigi: "o papel dizia 'leva-me'"
Continuou: "Fiquei desconfiado, porque não gosto nada dessas coissas. Nem quando estão na rua a pedir abraços, nem correntes nos emails, nada disso. Quem quiser conhecer-me ou falar comigo pode fazê-lo diretamente"
"Chegou a ir ao blogue? chegou a ler o papel?"
"Não! Nem o abri!"
"E o que fez? Deitou-o fora ou levou-o para casa?"
"Não, não o levei para casa mas também não o deitei fora, deixei-o em cima do muro"
Expliquei-lhe que compreendia que as pessoas desconfiassem de actos puros e simples como este. Que o objetivo era apenas semear um sorriso e que o saberia se tivesse lido o papel. Que não era uma corrente, nem bruxedos e que o papel costuma ter um link que conduz as pessoas a um blogue onde pode comentar o que sentiu ao encontrar esse coração.
Vi que ele estava mesmo constrangido e tentei salvar a situação contando-lhe:
"Há dias enviei pelo ctt um (Coração Floquinho de Neve)para uma nossa leitora - Ana Duarte - que já conheço há vários anos. É lógico que ela ficou também muito desconfiada e ainda por cima indo através dos ctt; mas depois ela leu o papel e foi ao blogue e aí compreendeu tudo e chegou à conclusão que não passava, afinal, de um miminho. Quando se deu conta do erro incriminou-se a ela propria por estar a ser desconfiada e não se cansa de me agradecer e de pedir desculpa. Portanto já vê que não é o 1º a ter essa reação, mas também lhe digo que temos tido reações lindas e verdadeiramente comoventes"
Antes de ir para baixo ainda lhe disse à laia de brincadeira:
"Pois um destes dias volto a presenteá-lo com outro coração e esse vai levá-lo para casa"
Poucos minutos depois, eu estava a almoçar e ele foi sentar-se ao pé de mim:
"Sabe? Eu não costumava ser desconfiado e agora desconfio de tudo! Eu nunca tinha ouvido falar deste projeto"
Continuámos a falar do projeto e, para que soubesse que não era uma brincadeira e que havia quem levasse a sério, contei-lhe que já tinhamos sido alvo de 2 reportagens na televisão, vários artigos em vários jornais, um deles espanhol e até o Manuel Luís Goucha tinha sido "pingado".
E é assim, meus amigos Saltimbancos, a história do Coração Felizardo.
Confesso que fiquei com um pressentimento que tinha sido abandonado e no dia seguinte até o procurei em volta mas, em boa hora ou não, já lá não estava e espero que esteja a fazer sorrir alguém que acreditou nele.
Ohhh como são as coisas :(
EliminarNão lhe estava mesmo destinado Isabel. Eu também já vi uma pessoa pegar num dos meus e voltar a colocar no mesmo sítio. Hoje em dia nada é dado e por vezes as pessoas desconfiam.
Pelo menos não o deitou fora, deixou-o para que alguém o encontrasse.
Ainda assim, apreciei o facto de ter ido novamente falar contigo na hora do almoço. Deve ter ficado constrangido :0)
Fizeste bem em perguntar.
Beijinhos Isabel e que venham mais cem (pelo menos :P quando lá chegarmos, voltamos a pedir mais cem)
<3
Eu aceito perfeitamente que as pessoas tenham estas reações. É dificil para nós aceitar porque estamos no outro lado, mas é bastante compreensível, dado à sociedade que criámos.
EliminarDaqui a uns tempos volto a repetir a proeza e tenho a certeza que a reação será diferente.
Beijinhos e bom fim de semana
P.S. Qualquer dia o nosso blogue vai dar para estudar psicologia :-)
Compreendo as razões que levam as pessoas a fazer tais actos, mas no fundo, acabam reféns delas próprias. Esse teu colega, com o devido respeito, passa a vida com medo do que esta lhe possa trazer. A "sorte grande" pode estar ali ao lado e ele nem vai olhar ou abrir, não vá ser algo de menos bom.
EliminarSó lamento por ele mesmo, por não se permitir acreditar no bom que a vida tem. :-)
E será que todos nós já não tivemos medo de algo?! Todos nós já cometemos os mesmos erros ou algo idênticos. Infelizmente é a sociedade em que vivemos que fez com que as pessoas olhem muito só para si e olham as atitudes dos outros com desconfiança. Por isso mesmo nós vamos insistindo com os nossos PingAmor e se há quem fique desconfiado também há quem fique feliz e radiante e isso já os faz aquecer o coração e pensar que valeu a pena.
Eliminar"Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura"
Essa sociedade é como um oceano, composto de muitas gotas de água. E se apenas deixarmos as coisas estarem como estão, cada um de nós disser para si mesmo -"É normal, todos fomos assim, todos somos assim." então o nosso oceano, a nossa sociedade nunca vai mudar.
EliminarÉ como termos um copo de água, composto de várias gotas, deitas para lá uma gota poluída ou envenenada pelo medo e PUFF, tens um copo de água poluído ou envenenado. Basta um...
Volto a repetir, compreendo o medo dele, provém de ter sofrido, mas enquanto se mantiver nesse registo, a vida passa e não a vivemos.
A sociedade, e este tema é muito actual hoje em dia com a "crise", é o que fazemos dela. Podemos participar activamente nela (como nós, por exemplo), ou nada fazer. Mas depois não podemos nos queixar dela, se nada fizermos. Fomos cúmplices. ;-)
Já dizia um senhor indiano, que dá pelo nome de Ghandi:
"Sê a mudança que queres ver no mundo"
Enquanto lia , imaginava essa "aventura",ahahah mas que pingo
ResponderEliminarmalandro , ora caía , ora não ficava bem , o certo é que o carro
foi muito bem pingado,
A montagem está linda e já me ri bastante a ler este texto
obrigada Isabel.
Ah, também vou "roubar" a frase :)
Beijocas
O mais engraçado é que eu propria me farto de rir sózinha com as figuras que faço. Um destes dias ainda vão ter a notícia de uma PingAmor que foi internada no manicómio :-D Espero que, quando isso acontecer, vão todos os PingAmor interceder por mim e dizer que não estou doidinha mas apenas a pingar amor :-D
EliminarBeijos
As tuas crónicas são sempre muito divertidas. Gosto de ver os teus Pingos, Isabel <3
ResponderEliminarObrigada Pedro!
EliminarBeijitos