5 de junho de 2017

E foi assim que tudo começou. ..

Se encontrares um coração na rua, não estranhes: são os Pinga Amor

É uma espécie de "bookcrossing" sem livros. O projecto "Pinga Amor Por Aí" distribui corações com mensagens positivas. São "pequenos mimos" para "fazer a diferença"
Texto de Lusa • 14/10/2012 - 14:59
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Um coração de tecido azul ficou em cima de um livro na loja de Paulo Costa, que só percebeu o recado pelo pequeno papel que acompanhava o "presente" e que o guiou pela Internet até aos Pinga Amor. “Aí está escrito o que se trata, com uma mensagem simpática, com o endereço do blogue, onde por sua vez tudo se explica com mais pormenor. Foi assim que descobrimos”, conta Paulo Costa, que entendeu o recado como “um sorriso e um momento de boa disposição e, talvez, optimismo”.

Paulo Costa não conhece Liliana Lima, mas é dela a ideia e foi ela quem deixou o coração de tecido na loja de banda desenhada em Lisboa. Ser contadora de histórias profissional faz Liliana passar muito tempo em casa, onde começou a criar os corações em tecido. Mas o passatempo saiu de portas e num museu de Lisboa, Liliana lembrou-se do "bookcrossing", que é deixar livros em espaços públicos para que sejam recolhidos e lidos. Mesmo achando ser uma “maluquice”, decidiu deixar no museu um coração com uma mensagem e logo de seguida telefonou ao amigo Pedro Menezes, que distribuía origamis que fazia por onde passava.

“Não sei fazer corações, mas posso aprender”, respondeu o amigo ao desafio de "substituir" os livros por corações. Os dois iniciaram o projecto dos “Pinga Amor por Aí” na rede social Facebook e num blogue, colocando fotos dos corações, baptizados como "pingos", largados pelas ruas e os comentários de quem os encontra. “O que nós queremos mesmo é deixar um sorriso a alguém. Saber que aqui ou ali alguém vai encontrar um coração e só por isso vai ficar mais bem-disposto”, conta Liliana.

Em dias em que tudo parece correr mal, os Pinga Amor esperam fazer parar as pessoas e fazê-las pensar: “calma que a vida não é só esta correria toda”. O produto é 100% português, mas tem viajado como mostra o mapa digital. Desde Junho, que há quase 500 pingos deixados ao acaso, embora sejam mais frequentes em bancos de jardim e nos pára-brisas dos vidros dos carros. Cada "pingo" é acompanhado por uma frase/texto motivacional e quer “fazer a diferença a uma pessoa”, acrescenta Pedro Menezes, que apelida os testemunhos deixados por quem apanha os pingos como “pequenos mimos”, estímulos para acreditar que “vale a pena ser Pinga Amor”.

“Andamos demasiado amedrontados, preocupados e assim queremos provar que pequenos gestos, sem gastos económicos, ainda podem fazer alguém feliz e fazer a diferença”, resume. Mas a maioria de quem encontra os pingos não responde e muitos mais nem os recolhe. “É estranho porque num mundo em que nós precisamos tanto de amor e de atenção, as pessoas têm tanto medo de um ato completamente gratuito e apenas de dar. É estranho”, lamenta Liliana Lima. O pingo da loja de Paulo Costa ainda por ali mora porque “é giro e está a dar gozo mostrar”, mas se calhar não por muito tempo. “Deixá-lo algures para ir cumprindo a sua missão”, diz Paulo.



























http://p3.publico.pt/vicios/em-transito/4991/se-encontrares-um-coracao-na-rua-nao-estranhes-sao-os-pinga-amor

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